Este ano, os alunos das disciplinas Teoria do Urbanismo, Planejamento Urbano e Regional e do Grupo de Estudos Forma Urbana de Fortaleza realizaram duas visitas técnicas complementares e pretendem, com as visitas do próximo ano, cobrir todas as regiões do território de Fortaleza.

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A primeira visita ocorreu em 4 de junho de 2016 e foi feito um circuito da Barra do Ceara ao Terminal Marítimo de Passageiros, região extremamente consolidada e com forte adensamento construtivo, passando por bairros, como Meireles, Centro, Jacarecanga, Pirambu e Mucuripe, e por áreas em que se encontram a Oficina do Urubu, o Projeto Vila do Mar e seus condomínios habitacionais, a obra do Aquário do Ceará, Dragão do Mar, as Estações de Metrô, a Operação Urbana Consorciada do Riacho Maceió, a Obra do VLT e o Farol. Áreas com relevantes aspectos ambientais, sociais, culturais, de infraestrutura, de especulação imobiliária que revelam os fortes contrastes que temos na cidade.

O objetivo é fazer que os alunos conheçam e se envolvam com o município de Fortaleza, contribuindo para o desenvolvimento de uma visão ampla e crítica sobre o seu processo de ocupação, conhecendo e observando toda a nossa diversidade, formando profissionais mais responsáveis sobre seu papel na atuação profissional de arquiteto e urbanista.

Com a mesma abordagem, no último 3 de dezembro, essas turmas se juntaram novamente (além de alguns alunos da engenharia) para fazer um circuito pela região leste e sul de Fortaleza. Regiões  ainda com pouco adensamento, grandes áreas verdes e áreas ambientalmente frágeis, equipamentos relevantes ao âmbito municipal e com forte tendência de ocupação, de acordo com as apostas do mercado imobiliário, apesar da falta de esgotamento sanitário e de outras infraestruturas. Dessa vez, os alunos passaram pelos bairros Papicu, Praia do Futuro I e II, Sabiaguaba, Lagoa Redonda, Messejana, Jangurussu, Passaré, Alto da Balança e São João do Tauape e pararam em instalações de referência, como o Condomínio de casas de taipa do fotógrafo José Albano, a Floresta do Curió, o Mercado e a Feira de Messejana, além do complexo de resíduos sólidos do Jangurussu (com transbordo, incinerador e centro de triagem de resíduos sólidos). Nos dois eventos, os alunos tomaram a iniciativa de organizar um piquenique durante o percurso.

O envolvimento dos alunos também se dá antes e depois do processo da visita, já que cada um, individualmente ou em grupo, desenvolve trabalho sobre um dos bairros do percurso, eles também dão suporte durante o percurso, sendo cada um responsável por ser o “guia” da visita, informando os dados mais importantes do respectivo bairro.

As visitas exigem, ainda, um intenso trabalho prévio de planejamento e simulações, de modo a garantir acessos e autorizações em todos os pontos de parada, além de contatos e agendamentos com pessoas de referência em cada localidade, que possam relatar informações e experiências que contribuam com a reflexão crítica sobre os processos de produção das cidades.