O coronavirus e a COVID-19 apareceram no cenário mundial devido ao grande problema de saude publica que causaram, no final do ano de 2019. Infelizmente já são contabilizados mais de 3 milhoes de óbitos no mundo todo (Fonte: VID-19 Dashboard by the Center for Systems Science and Engineering (CSSE) at Johns Hopkins University (JHU)). Entretanto, uma das alternativas de tratamento, não farmacologico, que vem emergindo, é a utilização de plasma convalescente coletado de indivíduos recuperados de síndrome respiratória aguda grave (SARS), que pode reduzir o tempo de internação hospitalar e diminuir a taxa de mortalidade para pacientes com COVID-19. Os anticorpos presentes no plasma imune, ou seja, convalescente, medeiam seu efeito terapêutico através de diferentes mecanismos. Um anticorpo pode se ligar a um determinado patógeno (por exemplo, vírus), neutralizando assim sua infecciosidade diretamente, enquanto outras vias mediadas por anticorpos, como ativação do complemento, citotoxicidade celular dependente de anticorpos e / ou fagocitose, também podem contribuir para seu efeito terapêutico . Anticorpos não neutralizantes que se ligam ao patógeno – mas não interferem em sua capacidade de se replicar em sistemas in vitro – também podem contribuir para a profilaxia e / ou aumentar a recuperação (VAN ERP 2019, GUNN et al., 2018). A administração passiva de anticorpos aparece como uma alternativa estratégica para conferir imunidade imediata a indivíduos suscetíveis, particularmente no cenário da COVID-19. A principal vantagem do plasma convalescente é que este tratamento é fornecido por pessoas que foram infectadas anteriormente e está disponível imediatamente. Também é econômico para centros médicos com recursos limitados. Se infundido em tempo adequado, pode evitar que o paciente entre em estágio grave da doença e reduz a possibilidade de internação em UTI (ABOLGHASEMI et al., 2020). Uma possível explicação para a eficácia da terapia com plasma convalescente é que os anticorpos do plasma convalescente podem suprimir a viremia (ABOLGHASEMI et al., 2020). Com base nos dados atuais, a quantidade de virus no sangue atinge o pico na primeira semana de infecção na maioria das doenças virais, o paciente geralmente desenvolve uma resposta imune primária entre os dias 10 e 14. Portanto, provavelmente, a administração de plasma convalescente na fase inicial da doença criaria mais benefícios para os pacientes (ABOLGHASEMI et al., 2020) A terapia de plasma convalescente se mostra segura para a COVID-19, e os pacientes tratados com o plasma tem reduções marcantes em suas cargas virais e a maioria é negativa para o vírus após a transfusão (WENJING et al., 2020). |