A avaliação e a inteligência das máquinas

Postado em 20/01/2023

Estudantes do ensino superior demonstram o que sabem quando expõem ideias originais em suas apresentações e avaliações. Estudiosos da Inteligência Artificial (IA) já disponibilizaram, na internet, site em que o usuário pode descrever sua ideia original em uma frase e solicitar que o site desenvolva o texto. Assim, em poucos minutos, os primeiros parágrafos já podem ser acessados.

Esse uso da IA ainda não está bastante desenvolvido; mas, à medida que novos usuários fazem solicitações, ela desenvolve maior vocabulário e enriquece os textos. Estudantes da Austrália, Inglaterra e EUA já utilizam esse recurso para elaborar seus trabalhos universitários.

As universidades, por outro lado, já procuram caminhos que permitam a correta avaliação de seus estudantes para, assim, melhor capacitar os futuros profissionais. Avaliar o desempenho educacional dos alunos utilizando a IA é meta para muitos pesquisadores educacionais. Algumas instituições, em contrapartida, entendem que o melhor caminho é retornar ao papel e à caneta.

O debate está apenas iniciando. As ideias originais e suas aplicações precisam ser desenvolvidas, individualmente, pelo aluno. A criatividade e inventividade são características que nos diferenciam das máquinas ditas inteligentes. Essas características necessitam ser mais estimuladas hoje do que nunca foram na história. Não devemos cogitar em inibir o uso da IA pelos alunos ou dificultar o aprimoramento dessa inteligência.

As instituições de ensino precisam aperfeiçoar seus métodos avaliativos, considerando a utilização da IA. Não podem fugir desse novo desafio, pois, como nos ensinou Isaac Asimov, escritor e bioquímico, “Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los”. A utilização da IA não é problema. É desafio. Os cursos superiores precisam utilizá-la em seus processos de ensino-aprendizagem. Estudantes bem capacitados melhor servirão à sociedade e conseguirão, com maior facilidade, atingir os seus objetivos.

 

 

Reitor da Unichristus, prof. dr. José Rocha para a plataforma OPovo+