Estudos de comportamento estão sendo desenvolvidos em conjunto entre instituições como Fiocruz, UECE, UFC e Unichristus
Há cinco anos um laboratório dedicado ao estudo de pequenos peixes tem sido referência na pesquisa de transtornos mentais como ansiedade e depressão em humanos. Os testes científicos com zebrafish, ou peixe-zebra, são amplamente realizados mundo afora devido ao animal ter 70% de homologia com os genes humanos, mas também podem ser encontrados em Fortaleza.
Sob a liderança do biólogo e professor Eduardo Ribeiro, doutor em biotecnologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), a pesquisa envolve testes de toxicidade de biocompostos, estudos de desenvolvimento de comportamentos semelhantes aos de pacientes com depressão e ansiedade e tratamentos com compostos obtidos de plantas medicinais ou compostos químicos sintéticos.
A iniciativa é um projeto de referência em neurociência e já rendeu seis dissertações de TCC, três artigos científicos, premiação no programm virtual semester of medical research in Aachen (vSEMERA), encontros acadêmicos e parcerias com instituições renomadas como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O modelo animal, conhecido por sua facilidade de manejo e baixo custo, possui listras azuis e coloração características, permitindo observar mudanças comportamentais facilmente. Com a ajuda das instituições parceiras, que enviam compostos para análise, os testes facilitam a compreensão das substâncias e a viabilidade da aplicação em humanos.
Os cursos de Biomedicina, Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia do Centro Universitário Christus (Unichristus) fazem parte da dinâmica do laboratório. Segundo o professor Eduardo, o projeto proporciona uma melhor visão científica. “O objetivo do laboratório é proporcionar aos alunos um estudo dentro da visão do seu respectivo curso, para que possam, por exemplo, criar uma nova linha de pesquisa. Aqui existe um leque de possibilidades para a carreira dele”.
O projeto pretende ainda este ano fortalecer sua contribuição para a ciência expandindo sua atuação para modelos de autismo e trabalhando a pesquisa com crianças, destacando a importância do zebrafish como modelo e incentivando o interesse pela ciência desde cedo.